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Esfinges
Sheyla Arendt

A esfinge é um monstro com cabeça humana e corpo de leão, com asas de pássaro ou cauda de serpente. É uma criatura muito rara nos dias atuais. Além de existir poucas esfinges atualmente, elas preferem viver fora do alcance de olhares de curiosos. Assim, ela é dada pelos trouxas como mito. E, quando importunada, ela desafia aquele que a incomodou com um enigma. Se o homem errar ou não responder, ela o ataca; se acertar, ela o deixa em paz sem ferimentos.
Para os humanos, a esfinge possui um grande senso de proteção, defendendo tudo o que é de seu dono. Os bruxos também utilizam sue pêlo, unhas e penas para algumas poções de cura e proteção.
Para consagrar-se dono de uma criatura como esta, o homem que a desejar deve passar por um desafio: apresenta a esfinge uma charada na qual ela não possa resolver. Se ela não souber, servirá ao novo dono, mas se souber, devorará quem a desafiou.

Os homens antigos gostavam de retratar essa criatura, especialmente em esculturas. Dentre todas as estátuas de esfinges do Egito, a mais famosa é a grande esfinge de Giza (ou Gizé), esculpida em rocha natural, e que servia de guardiã da tumba do faraó Quéfren. Para proteger a pirâmide dos demônios, o faraó mandou construir uma grande esfinge, representando o deus do Sol, levante, Harmáquis, que segundo a tradição, tinha forma de leão com a cabeça humana. A grande esfinge de Giza data de aproximadamente 2.300 a.C e possui 60 metros de comprimento por 20 de altura. Entre suas patas dianteiras se localiza um pequeno templo. Os gregos também a retratavam, especialmente quando se referiam ao seu mito, usando sua imagem para a proteção de casa e templos.

O mito da Esfinge
Havia também uma esfinge na mitologia grega. Era também uma figura monstruosa, um leão de asas com cabeça de mulher, que vivia num rochedo perto de Tebas. Segundo conta a lenda, a deusa Juno, indignada com Tebas, porque a jovem tebana Alcmena aceitara os galanteios de Júpiter, mandou o monstro para a estrada de Tebas. Ela aprendeu um enigma com as Musas, o qual recitava em canções sem harmonia, e, sentada em um rochedo, o propunha para qualquer um disposto a assumir o risco de resolve-lo, ameaçando: "Decifra-me ou devoro-te". Como havia declarado que não se retiraria a não ser que alguém conseguisse interpretar o enigma, o rei, de acordo com um Oráculo, divulgou uma proclamação prometendo que daria o reino de Tébas e a mão de sua irmã Jocasta em casamento para a pessoa que resolvesse o enigma da Esfinge.

A chance de conseguir o reino e a rainha seduziu a muitos. Mas a Esfinge também declarou que iria destruir todos que falhassem em dar a resposta certa, devorando-os. O enigma vem à seguir:
"O que possui quatro pernas pela manhã, duas pernas pela tarde e três pernas ao anoitecer?"
Quando muitos já haviam perecido, Oedipus, tendo ouvido falar da proclamação, veio à Tébas e, encontrando a Esfinge, deu a resposta certa declarando que o enigma se referia ao homem; por andar em quatro pernas enquanto é uma pequena criança, andar em duas pernas quando é adulto e, usando uma bengala, andar em três pernas quando é idoso.
A Esfinge manteve sua promessa e, ao escutar a solução de seu enigma, se atirou de um precipício. Em seu caminho, Oedipus se tornou Rei de Tébas e, casando-se com sua própria mãe, a Rainha Jocasta, ele inconscientemente satisfez os Oráculos que tinham declarado que ele iria matar seu pai e deitar com sua mãe.

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